quarta-feira, 19 de maio de 2010

Festa do Intercâmbio

Para comemorar a presença do grupo belga, vamos organizar e participar num concerto de Hip-hop, convidando vários artistas na área da música e dança.
Convidamos todos a participar neste concerto connosco e a virem passar uma tarde cheia de animação e música.

É já no próximo sábado, dia 22 de Maio, às 14h no Bairro da Cova da Moura. Estamos à tua espera!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Intercâmbio com jovens de Liége - Bélgica

No seguimento do Intercâmbio decorrido em Liége (Bélgica) em Abril de 2009 que teve como objectivo desenvolver a solidariedade e promover a empowerment e a assertividade entre jovens de diferentes origens culturais através do Hip hop (música, dança, grafite), pretendemos realizar um segundo encontro no próximo mês de Maio no nosso bairro.
É já na próxima semana que vamos receber 8 jovens belgas para passarem connosco uma semana de intensas actividades, focadas em artes como a dança, música, fotografia e pintura.

Aqui está o programa!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um Moinho com 25 anos

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Actuação das Finka-Pé no Aniversário do Moinho. Um dos mais de uma dezena de grupos culturais que animaram a festa. Obrigado!


O final de mais um ano é para muitos a altura para olhar para trás, reflectir sobre o que passou, o que se fez e não se fez, e o que se poderá vir a fazer...

O passado dia 1 de Novembro foi também uma data para uma reflexão dessa natureza: o Moinho da Juventude celebrou 25 anos de actividade, e 21 anos como Associação Cultural oficial.

25 anos de trabalho, lutas e conquistas, alegrias e tristezas, que celebrámos com a população, e muitos outros amigos da Cova da Moura e do Moinho. Com uma visita guiada ao bairro e à associação, música e dança por grupos culturais locais e outros convidados, comida e alegria.

Obrigado a todos. Foi há 25 anos...

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Há 25 anos, no dia 1 de Novembro de 1984, um grupo de moradores da Cova da Moura reuniram: 900 pessoas tinham somente 1 fontenário para se abastecerem de água.

Fizeram teatro, escreveram cartas, telefonaram, foram em conjunto à Junta de Freguesia, falaram com o vereador da CMA e conseguiram a instalação duma rede de esgotos e água canalizada em 1985.

Descobriram a força para reflectirem e para lutarem em conjunto. Definiram Estatutos e Traves Mestras. Foram em 1987 ao notário e constituíram oficialmente a Associação Cultural Moinho da Juventude.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Djunta-mo já tem graffiti

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Como prometido, celebrámos o djunta-mo da rua B com um graffiti de um artista local - o Tazy.

Muito obrigado mais uma vez a todos os participantes e, claro, ao Tazy pelo seu contributo artístico!
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Para ler o post original sobre o djunta-mo da rua B:

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Finka Pé em Paris

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O grupo Finka Pé actuou em Paris no dia 13 de Novembro, em conjunto com a cantora Nawal e “Les Femmes de la Lune” (http://www.nawali.com/), no âmbito do Festival “Ville des Musiques du Monde” organizado por Deux-Pièces Cuisine, e a convite da “Maison des Tilleuls”.

O Finka-Pé e o “batuque”

«O grupo Finka-Pé surgiu em 1989 no Bairro Alto da Cova da Moura, no âmbito das actividades desenvolvidas pela Associação Cultural Moinho da Juventude. Inteiramente formado por mulheres cabo-verdianas que habitavam (ou ainda habitam) no bairro, este grupo tem-se dedicado nos últimos 20 anos à prática do batuque como forma de divulgação da cultura cabo-verdiana e manutenção das tradições do seu país.

O batuque é um dos géneros mais representativos do património musical da ilha de Santiago, tendo referências desde o século XVII. No seu contexto habitual, em Cabo Verde, são importantes momentos de convívio das comunidades. Festas religiosas, vésperas de casamentos ou baptizados e a recepção de convidados estrangeiros, são algumas das ocasiões escolhidas para se fazerem batuques.

A maioria das mulheres que formam o Finka-Pé aprendeu o batuque em Cabo-Verde durante a sua adolescência segundo o processo tradicional de transmissão oral. A aprendizagem da música e da percussão é feita por imitação nas primeiras vezes em que participam em batucadas. Quanto à dança, é treinada e experimentada entre as jovens quando vão fazer recados fora de casa, longe de quaisquer olhares curiosos, até se sentirem com coragem para se exibir no terreiro.»

(Adaptação de um texto de Jorge Ribeiro, musicólogo)

As Batucadeiras estão conscientes da sua identidade cultural: uma identidade não construída pela negativa, contra ou a favor de uma referência europeia, mas pela positiva, por aquilo que é.

O batuque é uma integração do corpo, dos sentimentos: dançando e cantando vão exprimindo os medos, receios, preocupações, vão dando conselhos e esperanças, vão reflectindo sobre o papel da mulher. A vida quotidiana está integrada na sua arte que é a arte do corpo enquanto vivência absoluta das suas emoções, dos seus pensamentos, sensações e problemas.

A arte do grupo Finka Pé não só envolve as batucadeiras, mas a família, vizinhos e amigos.

Finka-Pé em Paris

Do grupo de 20 batucadeiras, 13 participaram nesta viagem a França. Havia 5 pessoas com mais de 60 anos. Uma batucadeira de 73 anos acompanhou o grupo com toda a sua força e sabedoria, transmitindo nos subúrbios de Paris a dignidade do seu povo e a abertura para com a cultura dos outros. O encontro com os filhos, os familiares e amigos cabo-verdianos a trabalharem em França proporcionou o orgulho pela beleza da sua cultura.

Nos dois dias antes do espectáculo, Nawal e Finka Pé orientaram em Paris três workshops de “encontro musical” entre mulheres da Argélia, das Ilhas Comores, do Senegal, da França e da Síria. Foram encontros fabulosos que desencadearam novos planos para o futuro.

O projecto do novo espectáculo apresentado pelo grupo Finka Pé foi coordenado pelo Prof. Domingos Morais, no âmbito de uma Parceria com a Escola Superior de Teatro e de Cinema. A actriz Amélia Videira elaborou o script e dirigiu a encenação.

O projecto teve o apoio financeiro do ACIDI. As batucadeiras pagaram a sua viagem com os cachets dos espectáculos que fizeram este ano em Portugal.

As Batucadeiras têm conseguido durante os seus 20 anos de existência demonstrar a sua arte em inúmeros sítios em Portugal, Espanha e Bélgica. Só no passado mês de Novembro de 2009 realizaram cerca de 9 actuações:

Dia 1: Bairro Alto da Cova da Moura – aniversário do Moinho da Juventude
Dia 5: Hotel Tivoli Lisboa – Conferência das Mulheres da CPLP
Dia 7: Teatro Municipal de Torres Novas – workshop (à tarde) e espectáculo (à noite)
Dia 8: Antestreia do novo espectáculo na Escola Superior de Teatro e Cinema
Dias 11-12: Workshop em Blanc-Mesnil com Nawal e “Lesfemmes de la Lune” (Paris)
Dia 13: Teatro LeFORUM em Blanc-Mesnil (Paris)
Dia 17: TagusPark, em Oeiras
Dia 20: Hotel Sana Lisboa Parque
Dia 22: Workshop no Moinho da Juventude com um grupo de Oeiras

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Djunta mo" na Rua B

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“Djunta mo” é uma expressão crioula que significa “juntar das mãos”.

Foi isso que fizeram os habitantes do Bairro do Alto da Cova da Moura, há cerca de um mês, no fim-de-semana de 4 e 5 de Outubro.

A rua B, íngreme e por asfaltar, tinha-se revelado um obstáculo por vezes intransponível e sempre perigoso para todos – dos mais jovens aos mais idosos. Com a chuva, o caminho tornava-se escorregadio, e não era raro que os habitantes do bairro tivessem que procurar caminhos alternativos, ou então arriscar-se a perder o equilíbrio rua abaixo ou rua acima.

Por vezes, a aventura acabava em quedas e acidentes. Como o caso da Dona Fernanda, que assistiu ao esforço comunitário desse fim-de-semana ainda com o pé em gesso por causa de uma caída naquele mesmo lugar, um mês antes.

Num reviver do espírito comunitário da construção das primeiras casas na Cova da Moura decorrida há décadas atrás, mais de 30 habitantes – moradores não só da Rua B e seus arredores, como dos quatro cantos do bairro – juntaram-se no sábado e, voluntariamente, puseram “mãos à obra”, edificando umas escadinhas novas que fazem agora o caminho por aquela rua bem mais cómodo e seguro.

O primeiro material (areia, brita, cimento e madeiras), oferecido pela Junta de Freguesia, foi escasso. Mas a capacidade de trabalho e voluntarismo dos moradores da Cova da Moura moveu montanhas, fez telefonemas e obteve respostas positivas, assegurando-se o restante material necessário para concluir a obra. Não antes que se perdesse uma hora de trabalho, à espera. Com 30 pessoas, isso são 30 horas – o que não poderia ter sido feito nesse tempo, com tamanha energia e dedicação disponível?

No manhã do dia seguinte, os vizinhos juntaram-se outra vez para retirar as madeiras das novas escadinhas da Rua B. A construção está agora disponível para a comunidade, e em vias de ser decorada por um artista de graffiti do bairro, celebrando o esforço comunitário com o nome de todos os participantes. O que será noticia brevemente neste espaço!

Ninguém deu ordens a estes habitantes voluntários, nem foram recrutados para uma campanha eleitoral. Assumiram a responsabilidade, cuidaram do material, aplicaram a sua capacidade de trabalho e as suas competências, enchendo o bairro de orgulho!

A íngreme Rua B, pouco depois do começo dos trabalhos